Fladison Lima, nº 17 –
3º “B”
“Morte e Vida Severina”
João Cabral de Melo Neto
Severino era um retirante, ele era como muitos outros que
partiram para o litoral, fugindo da seca e da morte.
A vida na Capital parecia,
para ele, mais atraente. Em suas andanças, entretanto, Severino se depara a
todo o momento não com a vida, mas sim com o que já conhece como coisa vulgar:
a morte e o desespero que o cerca. De
primeira vista, o retirante topa com dois homens carregando um defunto.
Durante uma conversa, descobre que o pobre coitado havia sido assassinado e que
o motivo fora que ele queria expandir um pouco suas terras.
Severino com isso sente medo de não conseguir chegar ao seu
destino. Escuta, então, uma cantoria e, aproximando-se, vê que está sendo
encomendado um defunto. Pela
primeira vez, Severino pensa em interromper sua descida para o litoral e
procurar trabalho naquela vila.
Ao conversar com uma mulher, descobre que tudo
que sabe fazer não serve ali naquele local, e o único trabalho existente e
lucrativo é o que ajuda na morte: médico, rezadeira, farmacêutico, coveiro.
E o lucro é certo nessas profissões, pois não
faltam fregueses, uma vez que ali a morte também é coisa vulgar. Se não há como trabalhar, mais uma vez
Severino retoma seu rumo e chega à Zona da Mata, onde novamente pensa em
interromper sua viagem e se fixar naquela terra, tão diferente do solo do
Sertão. Logo Severino assiste ao enterro de um trabalhador e ouve o que dizem
do morto os amigos que o levaram ao cemitério. Severino se dá conta que ali as
privações são às mesmas que ele conhece bem e que também a única parte que pode
ser sua daquela terra é uma cova para sepultura, nada mais .
E mais uma vez a morte
rondando, são dois coveiros que lhe dão a má notícia: toda a gente que vai do
Sertão até ali procurando morrer de velhice, vai na verdade é seguindo o
próprio enterro, pois logo que chegam, são os cemitérios que os esperam.
Severino nunca quis muito da
vida, mas com tudo isso , está desiludido: esperava encontrar trabalho, mais só
o que encontrou foi desespero. Nesse
momento, aproxima-se de Severino seu José, mestre carpina, O retirante,
desesperado, revela ao mestre carpina sua intenção de suicídio, de se jogar no
rio . Seu José tenta convencer Severino que ainda vale a pena lutar pela vida,
mesmo que seja vida Severina. Da porta
de onde havia saído o mestre carpina, surge uma mulher, que grita uma notícia.
Um filho nascerá , o filho de seu José! Chegam vizinhos, amigos, pessoas
trazendo presentes ao recém-nascido. Vêm também duas ciganas, que fazem a
previsão do futuro do menino: ele crescerá aprendendo com os bichos e no futuro
trabalhará numa fábrica, lambuzado de graxa e, quem sabe, poderá morar num
lugar um pouco melhor. Severino
assiste ao movimento, ao clima de euforia com a vinda do menino. O carpina se
aproxima novamente do retirante e reata a conversa que estavam levando. Diz que não sabia como ajudar o retirante,
mais de uma coisa ele tinha certeza, com o nascimento daquela criança: a vida
vale a pena ser defendida.
‘ Fladison Lima, nº 17 –
3º “B”
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